Conheci a pessoa que ilustrou alguns dos meus livros de infância e que por isso enriqueceu o meu imaginário e tornou os meus dias de criança mais coloridos.
Uma senhora de 95 anos que mantém um sorriso maroto de criança, mas igualmente tímido e acolhedor, recebeu-nos entre livros e uma secretária, onde ainda se encontram lápis e pincéis e folhas de papel em branco.
E onde uma lapiseira ainda se atreve a sair do pote, para ensaiar uma dança num espaço vazio.
Vi uma lupa, cadernos, régua, mas curiosamente não vi nenhuma borracha.
Talvez por nesta fase da vida ter-se a sabedoria suficiente para saber que todos os traços são necessários e fazem sentido.
5 comentários:
Acabámos de convidá-la para integrar o blog como contribuidora.
Esperamos que aceite, em prol de uma colaboração activa entre os desenhadores compulsivos!
Viver pode sem dúvida ser como desenhar sem borracha... deixar soltos os traços, fazendo das "imperfeições" momentos de um caminho, perfeito na sua imperfeição, e prosseguir o ensaio da vida com a sabedoria e o atrevimento de acreditarmos nas folhas em branco que se seguem.
Texano
Bem, que orgulho!!! É com muito gosto que aceito! Venham mais desenhos!!!!
Belíssimo este texto sobre Maria Keil e a sua sabedoria.
em 1984 ou por ai segui um workshop de ilustração dado por Maria Keil, este belissimo texto fez-me talvez comprender donde vem esta minha certeza que um artista nunca usa uma borracha e que eu continuo a propagar a todos que querem desenhar obrigada
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